Sem procurar a plenitude
Desde sempre, aquele que segue o Tao
tem sido considerado subtil, misterioso e inexplicavelmente perspicaz,
demasiado profundo para ser compreendido.
Por ser tão evasivo, é muito difícil descrever-lo.
Prudente, como quem atravessa um riacho no inverno.
Atento, como quem desconfia daqueles que o rodeiam.
Formal, como quem conduz uma cerimónia em memória de alguém.
Ele deixa o seu coração ceder como gelo que derrete.
Ele conserva o seu carácter rude como lenha em bruto.
Ele esvazia a sua mente como um vale aberto.
Ele é opaco com água lamacenta.
Há quem permaneça imóvel enquanto a água turva se torna límpida.
Há quem conserve a calma e descubra que o momento de agir surge por si.
Há quem siga o Tao e não procure a plenitude,
simplesmente porque não está realizado.
Desta forma, pode ser nomeado e alcançar o Tao.